Pessoal, acessem o link, trata-se de um vídeo superinteressante, um documentário sobre desigualdade social.
Este blog foi criado pelos discentes do curso de Letras da UFS: Anne Matos, Jacqueline Carvalho, Marquise Silva, Michelle Lapa, Thays Lima, Tatiane Meireles e Weslayne Paes.
quinta-feira, 4 de abril de 2013
segunda-feira, 1 de abril de 2013
Introdução à psicologia escolar
Bourdieu apresenta em seu artigo, uma visão geral descritiva dos aspectos mais notáveis, às instituições educacionais, além disso, identifica e critica suas contribuições a esta área de conhecimento. Assim, a força da obra de Bourdieu é o exame de relação entre o sistema de ensino superior e a estrutura de classes sociais. Segundo ele, a educação serve para manter a desigualdade social, mais do que para reduzi - lá.
O sistema de educação superior,
segundo Bordieu, cumpre as funções de transmitir privilégios, distribuir
status e instalar respeito pela ordem social vigente, as instituições
educacionais, na realidade, desempenham uma função social mais profunda, mais
obscura: contribuem para a reprodução da estrutura de classes sociais,
reforçando a divisão cultural e de status entre classes.
O sociólogo, detém-se na maneira como as condições estruturais do ensino abrangem interesses e ideologias de classes, reproduzem a distribuição desigual do capital cultural e na análise,e o próprio sistema educacional promove níveis desiguais de desempenho e de realização acadêmica. Dessa forma, em sua obra Bourdieu, possui três temas recorrentes. Primeiro verifica que o desempenho escolar das crianças tem uma relação mais evidente com a história educacional dos pais do que com seu nível ocupacional. O segundo, a educação escolar resulta numa diferença e o terceiro, Bordieu enfatiza a seleção através da auto-seleção. Porém, Bourdieu encara a transmissão educacional como veículo de desigualdades de status, ele procura nos aspectos estruturais do currículo, do ensino, e da avaliação explicação para este padrão.
Os clássicos exames oral e
escrito costumam medir a capacidade de expressão lingüística tanto quanto o
domínio da matéria.
A análise que Bourdieu sobre os resultados de um teste de linguagem aplicado a universitários, ilustra seu segundo tema como o sistema educacional que retraduz o grau inicial de oportunidade educacional e a quantidade de capital cultural em traços acadêmicos. Os estudantes de nível social mais alto e a maioria dos estudantes universitários obtém escores altos em todos os tipos de questãos relativas a vocabulário, desde que pedem a definição de conceitos escolares até as que possuem um background cultural mais geral. Os poucos estudantes pertencentes as classes mais baixas possuem escores mais baixos em questões que requeiram cultura geral , pois não possuem os antecedentes culturais de seus colegas de classe média alta. A grande maioria dos estudantes de classe média obtém os escores mais baixos pois representa o grupo menos selecionados e vêm de uma classe na qual os investimentos de peso na atividade cultural começaram a pouco tempo. Bourdieu aborda que os padrões macroscópicos de desigualdade entre as classes sociais e de distribuição desigual do capital estão ligados a processos microscópicos de natureza metodológica, avaliativa e curricular. O terceiro tema referente na obra de Bourdieu referente ao sistema educacional como relativamente autônomo ao caráter de suas relações com as estruturas externas; significando que pode haver uma falta significativa entre o sistema educacional de elite e as demandas do mercado de trabalho. Bourdieu ressalta que o sistema educacional consegue uma certa autonomia em relação ás estruturas externas através de sua capacidade auto-reprodutiva e seu interesse assumido em proteger o valor do capital cultural escolar. Bourdieu examina as mudanças nas padrões dos três tipos de capital: econômico (dinheiro e prosperidades), social (rede de contatos sociais), cultural (diplomas escolares e cultura informal), mostrando três diferentes tipos de estratégias das classes sociais na educação. A primeira estratégia pertence a classe média desde a segunda guerra mundial e o que têm obtido ganhos econômicos e não é de se surpreender que esses grupos estejam exigindo que os currículos e o ensino sejam profissionalizantes; a segunda estratégia foi adotada pela elite intelectual que inverte na educação e já possui uma capital cultural considerável; a terceira foi formada por uma parcela da classe alta com o fim de manter suas posições de poder e privilégio; essas estratégias levam a crer que os grupos que empregam esta estratégia apoiaram a expansão das oportunidades educacionais e estabelecer vínculos entre o ensino e mundo dos negócios. Bourdieu é um teórico e suas obras foram inspiradas em pesquisas na área da educação, e ele afirma que sua abstração metodológica é considerando a como sistema de comunicação entre as classes sociais e diz que a cultura media as relações entre as classes sociais e que o ensino é a esfera onde a mediação ocorre. Bourdieu articula suas estratégias considerando a condição das classes sociais como uma estratificação social, seu modelo seria caracterizado como uma competição entre grupos de status não torna num conflito entre classes sociais , também descreve o comportamento tanto individual quanto grupal como governado pela racionalidade do investimento calculado , esse pressuposto é válido para a classe média e alta que tem a capital para investir mostrando que o modelo de Bourdieu se limita a grupos sociais de classe baixa pois não possuem um capital razoável nem se reproduzem através de uma estratégia de investimento. A teoria de Bourdieu possui uma perspectiva de reprodução estrutural excluindo a consideração da contradição como gerador de ação humana e transformador social e essa teoria possui insights que requerem discussões e pesquisas tendo como obra representativa uma tentativa de desbravar áreas exploradas pela sociologia da educação.
Sabemos que a expansão da rede de atendimento
educacional ao pré-escolar –quer ele assuma a forma de creches de cuidados
diários ,especializadas na faixa pré-escolar ou de programas pré-escolares de
emergência que visa especialmente ao atendimento das crianças das classes
oprimidas ,sem possibilidades econômicas de se beneficiarem da rede
particular de atendimento ao pré-escolar ,sem poderem contar com um
atendimento familiar adequado ás suas necessidades .Até o momento por unidades educativas
propiciem um ambiente sadio, promotor de desenvolvimento físico, intelectual
e afetivo –emocional que ajude a que a
fundar os alicerces.
Entre as medidas governamentais tomadas recentemente
,neste setor ,são programas que, além de se voltarem para algum tipo de
suprimento de necessidades alimentares. Temos
aí um primeiro problema grave ,que merece análise mais detida
:programas públicos de atendimento ao pré-escolar têm definido como objetivo
a ser atingido o desenvolvimento dos comportamentos previstos na escolas de
primeiro grau, com deficiências metodológicas e curriculares palpáveis ,de
problemas agudos de natureza administrativa e de falta de infra-estrutura
material e humana. Conhecemos a distância que separa as disposições legais e os programas no papel, de um lado,
e as atividades que se processam no dia-a-dia das salas de aula; estamos
cientes do caráter seletivo deste ensino, impedindo ,por sua própria natureza
,que a chamada criança “marginalizada” seja incentivada a aprender e
realmente o faça ,portanto ,tomar os pré-requisitos necessários ao sucesso
nesta escola a ser atingido pela
pré-escola como objetivo a ser atingido pela pré-escola significa aceitar que
“um mal justifica outro”. A escola alienante se encontra jamais permitirá a
consecução destes ideias ,na ideais, na medida em que está voltada única e
exclusivamente pra formar a mão-de-obra necessária ao desenvolvimento
econômico de uma sociedade urbano-industrial capitalista. A metodologia
libertadora de Paulo FREIRE(1970),que visa exatamente aos objetivos de reflexão
crítica e de conhecimento do mundo social circundante por parte do educando a que nos referimos
acima. Se quisermos realmente uma
escola para o povo,no sentido que lhe dão Paulo Freire e M.tereza
Nidelcoff(1975),precisamos formar pessoal docente e técnico para efetivá-la.
Estamos ,agora,diante he do segundo grande problema a ser enfrentado:o da
reciclagem do corpo docente em exercício e da formação dos futuros
professores,nas escolas destinadas a este fim. A proposta por
BLEGER(1971),parece-me especialmente promissora. Esta visão mais ampla e
intregada pode ter como resultado o ataque a outro sério problema que traz
consequências muito negativas para a população atendida e para a eficiência
das medidas tomadas. A intregacão dos vários programas de atendimento nas
áreas das aparências,dos platamentos ,secretarias e ministérios. Como diria
Malta Campos ,que “se as forcas econômicas e sociais atuam no sentido da
deterioração da qualidade de vida de grandes parcelas da população ,não há de
ser a pré-escola ou a creche que poderão inverter o sentido e as
consequências destaque os termos no qual
processo. A desnuticão,por exemplo,não e um fenômeno isolado.
DA PSICOLOGIA DO “CARENTE” à psicologia do oprimido
Começam a tomar corpo as publicações que
questionam a validade dos conceitos e dos conhecimentos acumulados sobre as
populações “carenciadas”, dos programas de educação compensatória, bem como
dos pressupostos filosóficos e políticos em que se baseiam. Para fins
didáticos ,subdividiremos estas abordagens críticas nos seguintes temas:1)a
analise da adequação do próprio conceito de carências cultural,2)a reflexão
critica sobre os pressupostos filosóficos e políticos que alicerçam o
movimento educacional em prol da igualdade de oportunidades ,3) a analise das
pesquisas de caracterização da população carenciada ,em especial o uso
de testes psicológicos neste
empreendimento4)os programas de educação compensatórias e suas consequências”ocultas”
e necessárias ao sistema social no
qual se inserem. Depois que os termos “carências”,deficiência” e “privação”
cultural se consolidaram na linguagem dos psicológicos ,sociólogos e
educadores voltados para o fenômeno do baixo rendimento escolar e
profissional das integrantes das classes oprimidas,a sua validade começou a
ser questionada e termos alternativos
foram sugeridos ,nem sempre baseados numa percepção solidamente
fundamentada do papel que estas classes de população desempenham numa
sociedade capitalista. A levantar esta questão foram Mackler e Gidding(1965),
que denunciam o juízo de valor implícito nas expressões “carências”e
“deficiência”,como se acultura dominante fosse
“natural”,”correta”,”universal”,e todas que se afastassem de seus padrões
fossem inferiores,primitivas,desprezíveis e deficientes,da cultura da pobreza
como um modo de vida e de visão do mundo diferente daquele existente nas
classes sociais mais altas . O termo “marginalidade e cultural”,proposto por
Poppovic(1972),não foge a esta regra ,conforme analise realizada por
cunha(1977),esta obra pesquisa ,dois sentidos igualmente equívocos :a)os
padrões culturais da população culturalmente l marginalizada são produzidos
pelas suas condições de vida e ,nesse sentido ,diferem e independem dos
padrões da classe dominante e b)pelo contrário ,aqueles padrões culturais da
população culturalmente marginalizada são resíduos desta cultura,em ambos os
casos,diferem e independem dos padrões da classe dominante.Entre as classes
sociais ,é o conceito-chave que nos permite compreender os fenômenos
culturais numa sociedade de classes. É ela responsável, pela reprodução das
relações de produção(exploradores-explorados) na medida em que ,através da
imposição de uma de mundo na qual se supõe que o estado de coisas existente é
dado ,independe da vontade dos homens ,que existe igualmente de direitos e de
oportunidades. As manifestações culturais de qualquer grupo ou classe
social são arbitrarias (no sentido que
BOURDIEU e passa a dá a este termo)e a desvalorização de umas concomitantemente
á imposição de outras nada mais é que um processo social que garante a
expropriação do produto do trabalho do explorado e acumulação do capital pela
classe que detém o poder. Não existem populações marginais numa sociedade de
classes,a menos que coloquemos aspas nesta marginalidade,na verdade,estas
populações,consideradas como “excluídas “,não integradas a ,”mantêm com a
sociedade a que pertencem uma relação de partipacação-exclusão.
Sua aparente marginalidade, quer econômica
,quer cultural,nada mais é ,portanto ,que uma forma de participação do
capital e a riqueza dos que os oprimem,Haggard(1974)chama a atenção para as
diferenças existentes entre crianças das diferentes classes sociais quanto á
motivação para o tipo de tarefa proposta pelos testes ,ao relacionamento com
o aplicador e á familiaridade com os materiais ,informações e processos
mentais exigi nos testes; conclui que
estes instrumentos estão construídos de forma a favorecer as crianças das
classes sociais dominantes,a falta de familiaridade com os materiais ,as
situações e o vocabulário e o fracasso das crianças das classes subalternas
nos testes de nível mental e de prontidão para a leitura.Num território
novo,ainda não desbravado pelos psicólogos ,o que inevitavelmente resulta em
insegurança e ansiedade profissional ;pois se elas nos alertam para o que não
devemos fazer,sob pena de contribuir para a manutenção da dominação econômica
e cultural de uma classe sobre outra,nos deixam ,de inicio ,confusos quanto á
maneira de atuar profissionalmente. Enquanto o professor desempenha seu papel
de “professor –policial “de uma maneira
mais clara ,o psicólogo ,com seu arsenal de instrumentos de medida
,seus critérios de normalidade e sua falta de conhecimento das características formação social em que arsenal de
instrumentos de medida,seus critérios de
normalidade e sua falta de conhecimento das características da
formação social em que atua,desempenha este mesmo papel de maneira mais sutil
,porque escudado numa pretendida neutralidade cientifica.A formação que o
psicólogo recebe nos cursos de psicologias contribui ,sem dúvida ,para a sua
atuação alienada e alienante junto ás classes subalternas a formulação de um corpo de conhecimentos
sobre a dimensão psicológica dos integrantes destas classes sociais é uma
tarefa que está para ser feita,neste sentido ,os trabalhos realizados por
FREIRE (1970,1971,19770),BOSI(1972) a respeito dos hábitos de leitura em
operárias,Harari e colaboradores (1974) sobre
a representação do psicológico desenvolvido com uma população favelada
,a partir da teoria e técnica psicanalíticas ,Moffat(1974) a respeito da
psicoterapia do oprimido e RODRIGUES(1978)sobre a representação do mundo e de
si mesmos num grupo de operários de ambos os sexos,todos eles fontes de ricas
sugestões teóricas e metodológicas.A entrevista ,tal como a concebem
BLEGER(1971) e HARARI(1974)muito diferente dos habituais
interrogatórios,geradores de falsas noções e falsas impressões sobre o
oprimido,sua visão de mundo,suas habilidades
verbais e intelectuais,seus valores e seu estilo de vida.
Uma das conclusões a que chegamos no campo
da pesquisa da criança oprimida de que
não conhecemos a crianças brasileira em suas características psicossociais
e pedagógicas ;alias ,nem poderíamos
,já que,sobretudo,a estudamos mal.A outra conclusão é de praticamente tudo
está por fazer na área da educação ,incluindo o nível pré-escolar ,a crise
educacional do Brasil,da qual tanto se fala ,não é uma crise ,é um
programa.Num nível técnico –profissional ,como a consecução deste “programa
“,alimentando,entre outras ,as crenças de que a educação o educador e o
pesquisador ,podem e devem ser politicamente neutros.
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A FAMÍLIA POBRE E A ESCOLA PÚBLICA
ANOTAÇÕES
SOBRE UM DESENCONTRO*
Segundo
estatísticas recentes, cerca de dois terços das crianças brasileiras entre
sete e quatorze anos não estão se beneficiando da escola. As razões apontadas são muitas e
as causas não estão pautadas em uma mera crise da escola pública e sim, de uma
incapacidade crônica dessa escola de garantir o direito a educação escolar a
todas as crianças e jovens independente de cor sexo e classe social.
Dados antigos, registram alto índice de
reprovação e evasão na escola primária. Hoje a escola foi significativamente
ampliada, essa ampliação não quer dizer que alcançamos o êxodo esperado, pelo
contrário, de cada mil crianças que se matricula pela primeira vez, só quarenta
e cinco consegue chegar a oitava série sem reprovar e só cem terminam o primeiro
grau, aos trancos e barrancos. E como causa desse fracasso escolar temos a
pobreza como marca excludente do capitalismo nos países do terceiro mundo.
VADIOS
E ANORMAIS. DEFICIENTES E DIFERENTES.
Esses
quatros conceitos foram atribuídos aos pobres e não-brancos, e suas explicações
estão voltadas para as famílias que não tem dinheiro e nem cultura, por isso , acabam
destruindo os esforços que são investidos nas crianças no meio escolar.Isto
é,se a criança vem de família pobre é ignorante, pois isso é o que fala o
determinismo. Tais informações precisam ser comprovadas com dados empíricos ,
por isso, a literatura registra prática de escavações de cemitérios destinados ás classes
‘’superiores’’ e” inferiores’’ em busca de números que dessem ao racismo uma
função cientifica, (a esse respeito, veja klineberg,1966). Da mesma forma que a
nobreza ressentida tentou provar sua superioridade sobre os plebeus – e o”
ensaio sobre a desigualdade das raças
humanas’’ publicadas na França pelo
conde de Gobineau em 1854 é exemplo claro desse ressentimento _ os ideólogos da
burguesia afirmavam a existência dos que nascem para pensar , que se dedicam ao
“trabalho intelectual” e dos que nascem para agir, talhados para o “trabalho
braçal”.
A
psicologia diferencial_ afirmou, até o inicio dos anos cinquenta do
séc.xx, a superioridade intelectual
inata dos brancos sobre os
não-brancos, do civilizado sobre o primitivo, do rico sobre o pobre. Binet,
criou uma escola métrica de inteligência infantil, “ o movimento psicrométrico” a pedido de autoridades francesas, para
explicar que pessoas ilustres nas varias artes
pertenciam a sucessivas gerações da mesma família. Esse movimento
atingiu várias partes do mundo e o Brasil não foi exceção , poucos anos depois
seria a vez das elites brasileiras investido de poder científico, eles designariam os desfavorecidos socialmente
como ‘’normais’’ ‘’ajustado’’ e ‘’desajustados’’.
No Brasil, as raízes dessa concepção
sobre ‘’ vencedores’’ e ‘’ perdedores’’ encontram-se nos escritos de intelectuais
brasileiros como: SILVIO ROMERO, RAIMUNDO NINA RODRIGUES, OLIVEIRA VIANA, entre
outros.
Produzindo a
escola de má qualidade: o lugar do preconceito
A educação para
crianças como todas as áreas sociais passam por um processo complicado e
confuso de possíveis fracassos escolares, não somente por parte dos alunos,
principalmente crianças e dos pais destes, e também tem contribuição
significativa dos próprios professores, muitas vezes desmotivados e
desvalorizados, que acabam sendo alvo principal de diversos questionamentos nas
escolas.
Para a escola publica
fundamental, crianças são tomadas como problemáticas e é necessária uma
dedicação grande voltada para elas, o que torna todo o processo de ensino mais
complicado, pois algumas medidas tomadas pela escola podem de certa forma
prejudicar ainda mais as dificuldades e os problemas vividos por tais alunos.
Os mais privilegiados financeiramente e afetivamente são logo fixados a um
intensivo tratamento com apoio dos pais, através de médicos especialistas em
cada tipo de problema, mas isso não implica que somente os mais estruturados
financeiramente tenham capacidade de tratar-se, o índice de casos assim é
bastante relativo, pois não se pode responsabilizar apenas os professores pelos
problemas da escola publica fundamental, uma vez que os professores tenham
sofrido a mesma formação dotada de insuficiência e vitimas de desvalorização
profissional.
A produção do fracasso escolar está
diretamente ligada não aos serviços de interesses dos cidadãos, até porque o
interesse de quem domina e de quem é dominado são bem diferentes, através disso
tem-se funcionários, nesse caso, os professores mal pagos e assim se inicia a
produção de mais um processo de má qualidade. Ensina-se de modo automático e
monótono conteúdos e rituais sem significado para as crianças, gastam-se muito
tempo tentando controlar, às vezes com agressões verbais, morais e até
físicas de alunos contra professores e
vice-versa, desmotivando assim cada vez mais o interesse de todos os
envolvidos, propiciando assim insatisfação e desgaste não somente do aluno e
professor, mas também na família, resultando assim na chamada evasão escolar,
que na maioria das vezes se trata da expulsão da escola.
A família e a
escola: um conforto desigual
Instituições tendem a
atribuir que o baixo rendimento na escola e a incapacidade dos alunos estão
voltados para a desorganização de suas famílias, a principal demonstração disso
acontece nas reuniões produzidas pelo ambiente escolar, é notável a falta de
compreensão e de interesse dos pais, muitos nem frequentam as reuniões,
mostrando assim a instabilidade de suas relações, desde um simples ato infrator
da criança na escola, até qualquer outro que venha a ser prejudicial aos
outros, que aos serem detectados, devem imediatamente ser tratados.
Algumas famílias não
aceitam situações difíceis e acabam divergindo das opiniões técnicas dos
educadores e contribuintes com relação às providencias a serem tomadas para a
melhoria dos seus filhos e são capazes de articular uma visão critica das
coisas que são feitas pela escola, mas todas tem um denominador em comum que é
a valorização da escolaridade e lutam para manter seus filhos na escola.
Patto, Maria Helena Souza( Organizadora) – Introdução à psicologia escolarSão Paulo, 3ª edição: Casa do Psicólogo, 1997.
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