Pessoal, acessem o link, trata-se de um vídeo superinteressante, um documentário sobre desigualdade social.
Desigualdades Sociais nas Escolas
Este blog foi criado pelos discentes do curso de Letras da UFS: Anne Matos, Jacqueline Carvalho, Marquise Silva, Michelle Lapa, Thays Lima, Tatiane Meireles e Weslayne Paes.
quinta-feira, 4 de abril de 2013
segunda-feira, 1 de abril de 2013
Introdução à psicologia escolar
Bourdieu apresenta em seu artigo, uma visão geral descritiva dos aspectos mais notáveis, às instituições educacionais, além disso, identifica e critica suas contribuições a esta área de conhecimento. Assim, a força da obra de Bourdieu é o exame de relação entre o sistema de ensino superior e a estrutura de classes sociais. Segundo ele, a educação serve para manter a desigualdade social, mais do que para reduzi - lá.
O sistema de educação superior,
segundo Bordieu, cumpre as funções de transmitir privilégios, distribuir
status e instalar respeito pela ordem social vigente, as instituições
educacionais, na realidade, desempenham uma função social mais profunda, mais
obscura: contribuem para a reprodução da estrutura de classes sociais,
reforçando a divisão cultural e de status entre classes.
O sociólogo, detém-se na maneira como as condições estruturais do ensino abrangem interesses e ideologias de classes, reproduzem a distribuição desigual do capital cultural e na análise,e o próprio sistema educacional promove níveis desiguais de desempenho e de realização acadêmica. Dessa forma, em sua obra Bourdieu, possui três temas recorrentes. Primeiro verifica que o desempenho escolar das crianças tem uma relação mais evidente com a história educacional dos pais do que com seu nível ocupacional. O segundo, a educação escolar resulta numa diferença e o terceiro, Bordieu enfatiza a seleção através da auto-seleção. Porém, Bourdieu encara a transmissão educacional como veículo de desigualdades de status, ele procura nos aspectos estruturais do currículo, do ensino, e da avaliação explicação para este padrão.
Os clássicos exames oral e
escrito costumam medir a capacidade de expressão lingüística tanto quanto o
domínio da matéria.
A análise que Bourdieu sobre os resultados de um teste de linguagem aplicado a universitários, ilustra seu segundo tema como o sistema educacional que retraduz o grau inicial de oportunidade educacional e a quantidade de capital cultural em traços acadêmicos. Os estudantes de nível social mais alto e a maioria dos estudantes universitários obtém escores altos em todos os tipos de questãos relativas a vocabulário, desde que pedem a definição de conceitos escolares até as que possuem um background cultural mais geral. Os poucos estudantes pertencentes as classes mais baixas possuem escores mais baixos em questões que requeiram cultura geral , pois não possuem os antecedentes culturais de seus colegas de classe média alta. A grande maioria dos estudantes de classe média obtém os escores mais baixos pois representa o grupo menos selecionados e vêm de uma classe na qual os investimentos de peso na atividade cultural começaram a pouco tempo. Bourdieu aborda que os padrões macroscópicos de desigualdade entre as classes sociais e de distribuição desigual do capital estão ligados a processos microscópicos de natureza metodológica, avaliativa e curricular. O terceiro tema referente na obra de Bourdieu referente ao sistema educacional como relativamente autônomo ao caráter de suas relações com as estruturas externas; significando que pode haver uma falta significativa entre o sistema educacional de elite e as demandas do mercado de trabalho. Bourdieu ressalta que o sistema educacional consegue uma certa autonomia em relação ás estruturas externas através de sua capacidade auto-reprodutiva e seu interesse assumido em proteger o valor do capital cultural escolar. Bourdieu examina as mudanças nas padrões dos três tipos de capital: econômico (dinheiro e prosperidades), social (rede de contatos sociais), cultural (diplomas escolares e cultura informal), mostrando três diferentes tipos de estratégias das classes sociais na educação. A primeira estratégia pertence a classe média desde a segunda guerra mundial e o que têm obtido ganhos econômicos e não é de se surpreender que esses grupos estejam exigindo que os currículos e o ensino sejam profissionalizantes; a segunda estratégia foi adotada pela elite intelectual que inverte na educação e já possui uma capital cultural considerável; a terceira foi formada por uma parcela da classe alta com o fim de manter suas posições de poder e privilégio; essas estratégias levam a crer que os grupos que empregam esta estratégia apoiaram a expansão das oportunidades educacionais e estabelecer vínculos entre o ensino e mundo dos negócios. Bourdieu é um teórico e suas obras foram inspiradas em pesquisas na área da educação, e ele afirma que sua abstração metodológica é considerando a como sistema de comunicação entre as classes sociais e diz que a cultura media as relações entre as classes sociais e que o ensino é a esfera onde a mediação ocorre. Bourdieu articula suas estratégias considerando a condição das classes sociais como uma estratificação social, seu modelo seria caracterizado como uma competição entre grupos de status não torna num conflito entre classes sociais , também descreve o comportamento tanto individual quanto grupal como governado pela racionalidade do investimento calculado , esse pressuposto é válido para a classe média e alta que tem a capital para investir mostrando que o modelo de Bourdieu se limita a grupos sociais de classe baixa pois não possuem um capital razoável nem se reproduzem através de uma estratégia de investimento. A teoria de Bourdieu possui uma perspectiva de reprodução estrutural excluindo a consideração da contradição como gerador de ação humana e transformador social e essa teoria possui insights que requerem discussões e pesquisas tendo como obra representativa uma tentativa de desbravar áreas exploradas pela sociologia da educação.
Sabemos que a expansão da rede de atendimento
educacional ao pré-escolar –quer ele assuma a forma de creches de cuidados
diários ,especializadas na faixa pré-escolar ou de programas pré-escolares de
emergência que visa especialmente ao atendimento das crianças das classes
oprimidas ,sem possibilidades econômicas de se beneficiarem da rede
particular de atendimento ao pré-escolar ,sem poderem contar com um
atendimento familiar adequado ás suas necessidades .Até o momento por unidades educativas
propiciem um ambiente sadio, promotor de desenvolvimento físico, intelectual
e afetivo –emocional que ajude a que a
fundar os alicerces.
Entre as medidas governamentais tomadas recentemente
,neste setor ,são programas que, além de se voltarem para algum tipo de
suprimento de necessidades alimentares. Temos
aí um primeiro problema grave ,que merece análise mais detida
:programas públicos de atendimento ao pré-escolar têm definido como objetivo
a ser atingido o desenvolvimento dos comportamentos previstos na escolas de
primeiro grau, com deficiências metodológicas e curriculares palpáveis ,de
problemas agudos de natureza administrativa e de falta de infra-estrutura
material e humana. Conhecemos a distância que separa as disposições legais e os programas no papel, de um lado,
e as atividades que se processam no dia-a-dia das salas de aula; estamos
cientes do caráter seletivo deste ensino, impedindo ,por sua própria natureza
,que a chamada criança “marginalizada” seja incentivada a aprender e
realmente o faça ,portanto ,tomar os pré-requisitos necessários ao sucesso
nesta escola a ser atingido pela
pré-escola como objetivo a ser atingido pela pré-escola significa aceitar que
“um mal justifica outro”. A escola alienante se encontra jamais permitirá a
consecução destes ideias ,na ideais, na medida em que está voltada única e
exclusivamente pra formar a mão-de-obra necessária ao desenvolvimento
econômico de uma sociedade urbano-industrial capitalista. A metodologia
libertadora de Paulo FREIRE(1970),que visa exatamente aos objetivos de reflexão
crítica e de conhecimento do mundo social circundante por parte do educando a que nos referimos
acima. Se quisermos realmente uma
escola para o povo,no sentido que lhe dão Paulo Freire e M.tereza
Nidelcoff(1975),precisamos formar pessoal docente e técnico para efetivá-la.
Estamos ,agora,diante he do segundo grande problema a ser enfrentado:o da
reciclagem do corpo docente em exercício e da formação dos futuros
professores,nas escolas destinadas a este fim. A proposta por
BLEGER(1971),parece-me especialmente promissora. Esta visão mais ampla e
intregada pode ter como resultado o ataque a outro sério problema que traz
consequências muito negativas para a população atendida e para a eficiência
das medidas tomadas. A intregacão dos vários programas de atendimento nas
áreas das aparências,dos platamentos ,secretarias e ministérios. Como diria
Malta Campos ,que “se as forcas econômicas e sociais atuam no sentido da
deterioração da qualidade de vida de grandes parcelas da população ,não há de
ser a pré-escola ou a creche que poderão inverter o sentido e as
consequências destaque os termos no qual
processo. A desnuticão,por exemplo,não e um fenômeno isolado.
DA PSICOLOGIA DO “CARENTE” à psicologia do oprimido
Começam a tomar corpo as publicações que
questionam a validade dos conceitos e dos conhecimentos acumulados sobre as
populações “carenciadas”, dos programas de educação compensatória, bem como
dos pressupostos filosóficos e políticos em que se baseiam. Para fins
didáticos ,subdividiremos estas abordagens críticas nos seguintes temas:1)a
analise da adequação do próprio conceito de carências cultural,2)a reflexão
critica sobre os pressupostos filosóficos e políticos que alicerçam o
movimento educacional em prol da igualdade de oportunidades ,3) a analise das
pesquisas de caracterização da população carenciada ,em especial o uso
de testes psicológicos neste
empreendimento4)os programas de educação compensatórias e suas consequências”ocultas”
e necessárias ao sistema social no
qual se inserem. Depois que os termos “carências”,deficiência” e “privação”
cultural se consolidaram na linguagem dos psicológicos ,sociólogos e
educadores voltados para o fenômeno do baixo rendimento escolar e
profissional das integrantes das classes oprimidas,a sua validade começou a
ser questionada e termos alternativos
foram sugeridos ,nem sempre baseados numa percepção solidamente
fundamentada do papel que estas classes de população desempenham numa
sociedade capitalista. A levantar esta questão foram Mackler e Gidding(1965),
que denunciam o juízo de valor implícito nas expressões “carências”e
“deficiência”,como se acultura dominante fosse
“natural”,”correta”,”universal”,e todas que se afastassem de seus padrões
fossem inferiores,primitivas,desprezíveis e deficientes,da cultura da pobreza
como um modo de vida e de visão do mundo diferente daquele existente nas
classes sociais mais altas . O termo “marginalidade e cultural”,proposto por
Poppovic(1972),não foge a esta regra ,conforme analise realizada por
cunha(1977),esta obra pesquisa ,dois sentidos igualmente equívocos :a)os
padrões culturais da população culturalmente l marginalizada são produzidos
pelas suas condições de vida e ,nesse sentido ,diferem e independem dos
padrões da classe dominante e b)pelo contrário ,aqueles padrões culturais da
população culturalmente marginalizada são resíduos desta cultura,em ambos os
casos,diferem e independem dos padrões da classe dominante.Entre as classes
sociais ,é o conceito-chave que nos permite compreender os fenômenos
culturais numa sociedade de classes. É ela responsável, pela reprodução das
relações de produção(exploradores-explorados) na medida em que ,através da
imposição de uma de mundo na qual se supõe que o estado de coisas existente é
dado ,independe da vontade dos homens ,que existe igualmente de direitos e de
oportunidades. As manifestações culturais de qualquer grupo ou classe
social são arbitrarias (no sentido que
BOURDIEU e passa a dá a este termo)e a desvalorização de umas concomitantemente
á imposição de outras nada mais é que um processo social que garante a
expropriação do produto do trabalho do explorado e acumulação do capital pela
classe que detém o poder. Não existem populações marginais numa sociedade de
classes,a menos que coloquemos aspas nesta marginalidade,na verdade,estas
populações,consideradas como “excluídas “,não integradas a ,”mantêm com a
sociedade a que pertencem uma relação de partipacação-exclusão.
Sua aparente marginalidade, quer econômica
,quer cultural,nada mais é ,portanto ,que uma forma de participação do
capital e a riqueza dos que os oprimem,Haggard(1974)chama a atenção para as
diferenças existentes entre crianças das diferentes classes sociais quanto á
motivação para o tipo de tarefa proposta pelos testes ,ao relacionamento com
o aplicador e á familiaridade com os materiais ,informações e processos
mentais exigi nos testes; conclui que
estes instrumentos estão construídos de forma a favorecer as crianças das
classes sociais dominantes,a falta de familiaridade com os materiais ,as
situações e o vocabulário e o fracasso das crianças das classes subalternas
nos testes de nível mental e de prontidão para a leitura.Num território
novo,ainda não desbravado pelos psicólogos ,o que inevitavelmente resulta em
insegurança e ansiedade profissional ;pois se elas nos alertam para o que não
devemos fazer,sob pena de contribuir para a manutenção da dominação econômica
e cultural de uma classe sobre outra,nos deixam ,de inicio ,confusos quanto á
maneira de atuar profissionalmente. Enquanto o professor desempenha seu papel
de “professor –policial “de uma maneira
mais clara ,o psicólogo ,com seu arsenal de instrumentos de medida
,seus critérios de normalidade e sua falta de conhecimento das características formação social em que arsenal de
instrumentos de medida,seus critérios de
normalidade e sua falta de conhecimento das características da
formação social em que atua,desempenha este mesmo papel de maneira mais sutil
,porque escudado numa pretendida neutralidade cientifica.A formação que o
psicólogo recebe nos cursos de psicologias contribui ,sem dúvida ,para a sua
atuação alienada e alienante junto ás classes subalternas a formulação de um corpo de conhecimentos
sobre a dimensão psicológica dos integrantes destas classes sociais é uma
tarefa que está para ser feita,neste sentido ,os trabalhos realizados por
FREIRE (1970,1971,19770),BOSI(1972) a respeito dos hábitos de leitura em
operárias,Harari e colaboradores (1974) sobre
a representação do psicológico desenvolvido com uma população favelada
,a partir da teoria e técnica psicanalíticas ,Moffat(1974) a respeito da
psicoterapia do oprimido e RODRIGUES(1978)sobre a representação do mundo e de
si mesmos num grupo de operários de ambos os sexos,todos eles fontes de ricas
sugestões teóricas e metodológicas.A entrevista ,tal como a concebem
BLEGER(1971) e HARARI(1974)muito diferente dos habituais
interrogatórios,geradores de falsas noções e falsas impressões sobre o
oprimido,sua visão de mundo,suas habilidades
verbais e intelectuais,seus valores e seu estilo de vida.
Uma das conclusões a que chegamos no campo
da pesquisa da criança oprimida de que
não conhecemos a crianças brasileira em suas características psicossociais
e pedagógicas ;alias ,nem poderíamos
,já que,sobretudo,a estudamos mal.A outra conclusão é de praticamente tudo
está por fazer na área da educação ,incluindo o nível pré-escolar ,a crise
educacional do Brasil,da qual tanto se fala ,não é uma crise ,é um
programa.Num nível técnico –profissional ,como a consecução deste “programa
“,alimentando,entre outras ,as crenças de que a educação o educador e o
pesquisador ,podem e devem ser politicamente neutros.
|
A FAMÍLIA POBRE E A ESCOLA PÚBLICA
ANOTAÇÕES
SOBRE UM DESENCONTRO*
Segundo
estatísticas recentes, cerca de dois terços das crianças brasileiras entre
sete e quatorze anos não estão se beneficiando da escola. As razões apontadas são muitas e
as causas não estão pautadas em uma mera crise da escola pública e sim, de uma
incapacidade crônica dessa escola de garantir o direito a educação escolar a
todas as crianças e jovens independente de cor sexo e classe social.
Dados antigos, registram alto índice de
reprovação e evasão na escola primária. Hoje a escola foi significativamente
ampliada, essa ampliação não quer dizer que alcançamos o êxodo esperado, pelo
contrário, de cada mil crianças que se matricula pela primeira vez, só quarenta
e cinco consegue chegar a oitava série sem reprovar e só cem terminam o primeiro
grau, aos trancos e barrancos. E como causa desse fracasso escolar temos a
pobreza como marca excludente do capitalismo nos países do terceiro mundo.
VADIOS
E ANORMAIS. DEFICIENTES E DIFERENTES.
Esses
quatros conceitos foram atribuídos aos pobres e não-brancos, e suas explicações
estão voltadas para as famílias que não tem dinheiro e nem cultura, por isso , acabam
destruindo os esforços que são investidos nas crianças no meio escolar.Isto
é,se a criança vem de família pobre é ignorante, pois isso é o que fala o
determinismo. Tais informações precisam ser comprovadas com dados empíricos ,
por isso, a literatura registra prática de escavações de cemitérios destinados ás classes
‘’superiores’’ e” inferiores’’ em busca de números que dessem ao racismo uma
função cientifica, (a esse respeito, veja klineberg,1966). Da mesma forma que a
nobreza ressentida tentou provar sua superioridade sobre os plebeus – e o”
ensaio sobre a desigualdade das raças
humanas’’ publicadas na França pelo
conde de Gobineau em 1854 é exemplo claro desse ressentimento _ os ideólogos da
burguesia afirmavam a existência dos que nascem para pensar , que se dedicam ao
“trabalho intelectual” e dos que nascem para agir, talhados para o “trabalho
braçal”.
A
psicologia diferencial_ afirmou, até o inicio dos anos cinquenta do
séc.xx, a superioridade intelectual
inata dos brancos sobre os
não-brancos, do civilizado sobre o primitivo, do rico sobre o pobre. Binet,
criou uma escola métrica de inteligência infantil, “ o movimento psicrométrico” a pedido de autoridades francesas, para
explicar que pessoas ilustres nas varias artes
pertenciam a sucessivas gerações da mesma família. Esse movimento
atingiu várias partes do mundo e o Brasil não foi exceção , poucos anos depois
seria a vez das elites brasileiras investido de poder científico, eles designariam os desfavorecidos socialmente
como ‘’normais’’ ‘’ajustado’’ e ‘’desajustados’’.
No Brasil, as raízes dessa concepção
sobre ‘’ vencedores’’ e ‘’ perdedores’’ encontram-se nos escritos de intelectuais
brasileiros como: SILVIO ROMERO, RAIMUNDO NINA RODRIGUES, OLIVEIRA VIANA, entre
outros.
Produzindo a
escola de má qualidade: o lugar do preconceito
A educação para
crianças como todas as áreas sociais passam por um processo complicado e
confuso de possíveis fracassos escolares, não somente por parte dos alunos,
principalmente crianças e dos pais destes, e também tem contribuição
significativa dos próprios professores, muitas vezes desmotivados e
desvalorizados, que acabam sendo alvo principal de diversos questionamentos nas
escolas.
Para a escola publica
fundamental, crianças são tomadas como problemáticas e é necessária uma
dedicação grande voltada para elas, o que torna todo o processo de ensino mais
complicado, pois algumas medidas tomadas pela escola podem de certa forma
prejudicar ainda mais as dificuldades e os problemas vividos por tais alunos.
Os mais privilegiados financeiramente e afetivamente são logo fixados a um
intensivo tratamento com apoio dos pais, através de médicos especialistas em
cada tipo de problema, mas isso não implica que somente os mais estruturados
financeiramente tenham capacidade de tratar-se, o índice de casos assim é
bastante relativo, pois não se pode responsabilizar apenas os professores pelos
problemas da escola publica fundamental, uma vez que os professores tenham
sofrido a mesma formação dotada de insuficiência e vitimas de desvalorização
profissional.
A produção do fracasso escolar está
diretamente ligada não aos serviços de interesses dos cidadãos, até porque o
interesse de quem domina e de quem é dominado são bem diferentes, através disso
tem-se funcionários, nesse caso, os professores mal pagos e assim se inicia a
produção de mais um processo de má qualidade. Ensina-se de modo automático e
monótono conteúdos e rituais sem significado para as crianças, gastam-se muito
tempo tentando controlar, às vezes com agressões verbais, morais e até
físicas de alunos contra professores e
vice-versa, desmotivando assim cada vez mais o interesse de todos os
envolvidos, propiciando assim insatisfação e desgaste não somente do aluno e
professor, mas também na família, resultando assim na chamada evasão escolar,
que na maioria das vezes se trata da expulsão da escola.
A família e a
escola: um conforto desigual
Instituições tendem a
atribuir que o baixo rendimento na escola e a incapacidade dos alunos estão
voltados para a desorganização de suas famílias, a principal demonstração disso
acontece nas reuniões produzidas pelo ambiente escolar, é notável a falta de
compreensão e de interesse dos pais, muitos nem frequentam as reuniões,
mostrando assim a instabilidade de suas relações, desde um simples ato infrator
da criança na escola, até qualquer outro que venha a ser prejudicial aos
outros, que aos serem detectados, devem imediatamente ser tratados.
Algumas famílias não
aceitam situações difíceis e acabam divergindo das opiniões técnicas dos
educadores e contribuintes com relação às providencias a serem tomadas para a
melhoria dos seus filhos e são capazes de articular uma visão critica das
coisas que são feitas pela escola, mas todas tem um denominador em comum que é
a valorização da escolaridade e lutam para manter seus filhos na escola.
Patto, Maria Helena Souza( Organizadora) – Introdução à psicologia escolarSão Paulo, 3ª edição: Casa do Psicólogo, 1997.
sábado, 30 de março de 2013
"DESIGUALDADE EDUCACIONAL AINDA É TOTALMENTE TOLERADA NO BRASIL"
Para Priscila Cruz, diretora-executiva do TPE, falta de equidade tem de ser combatida
Da Redação do Todos Pela Educação
O Brasil é um País com alta desigualdade social e a Educação é uma das principais políticas capazes de diminuir desvantagens socioeconômicas. No entanto, segundo Priscila Cruz, diretora-executiva do Todos Pela Educação, "hoje, um grande problema que possuímos é uma imensa desigualdade educacional, que, infelizmente, é totalmente tolerada pelos brasileiros".
Segundo Priscila, é preciso que o País adote medidas e estratégias diferenciadas, de acordo com as várias realidades que coexistem nos sistemas de ensino. Na entrevista abaixo, a administradora e bacharel em direito mostra como a Educação é um complexo sistema. Confira:
Todos Pela Educação – Em sua opinião, quais são os principais gargalos da Educação no Brasil?
Priscila Cruz – Os sistemas educacionais são arranjos delicados, que têm os alunos no centro. Hoje, um grande problema que possuímos é uma imensa desigualdade educacional, que, infelizmente, é totalmente tolerada pelos brasileiros.
TPE – O que pode ser feito para diminuir a desigualdade educacional?
Priscila – É preciso dar mais para quem tem menos, e ter estratégias diferenciadas, de acordo com as diferentes realidades de aprendizagem. A Educação é o principal componente para combatermos a pobreza e a desigualdade. Se a desigualdade na Educação amplia a desigualdade social, a equidade educacional pode tornar o ciclo vicioso em ciclo virtuoso.
TPE – E como trabalhar isso na prática?
Priscila – Na Educação, vários fatores são interligados, então, precisamos ter uma sintonia entre os trabalhos parlamentares, as políticas, as ações nas escolas e a participação social. Também as políticas precisam estar em sintonia entre si. Só com essa combinação podemos garantir que cada criança e jovem tenha acesso à Educação de qualidade.
TPE – Hoje, o magistério não é uma profissão atraente. Qual é o impacto disso na Educação e o que precisamos fazer para que se torne uma carreira interessante para os jovens?
Priscila – Só teremos Educação de qualidade com bons professores e, para isso, é preciso atrair para a carreira do magistério os melhores alunos egressos do Ensino Médio. Essa carreira precisa ter atratividade suficiente, pois "concorre" com outras carreiras que são mais rentáveis ou têm mais prestígio. Assim, é necessário que o salário dos professores se aproxime do praticado entre os profissionais com a mesma escolaridade; que o magistério seja reconhecido como a mais importante das profissões, tanto por parte dos governos quanto da sociedade e das famílias; e que a formação inicial e a em serviço prepare os professores para o pleno desenvolvimento de suas atividades em sala de aula e para o trabalho em equipe com os colegas da escola.
TPE – No Brasil, não há expectativas de aprendizagem definidas. Isso atrapalha o trabalho do professor?
Priscila – Sim, claro. Quando conversamos com os professores de todo o País, percebemos um sentimento de isolamento, pois é esperado algo deles que eles mesmos não sabem ao certo o que é. Não há uma definição do que deve ser ensinado e aprendido. Se entendemos que a Educação é um direito que se expressa na aprendizagem, então, nada mais necessário do que a definição das expectativas de aprendizagem para cada série.
TPE – Como os gestores das escolas e das redes podem apoiar o trabalho dos professores?
Priscila – Os gestores de rede, as grandes políticas e os professores precisam se alinhar no vetor da qualidade do ensino. Um dos fundamentos de uma boa gestão é ter um diagnóstico preciso, e ele se dá, nas escolas, por meio das avaliações. Então, as avaliações têm de se tornar um instrumento para fortalecer o trabalho do professor na sala de aula. E isso está intimamente relacionado com a definição das expectativas de aprendizado.
TPE – Na sua opinião, os gestores, os docentes e as famílias são favoráveis a avaliações?
Priscila – Felizmente, a maioria das pessoas entende e concorda com a importância de gerir com base em informações das avaliações. O que é menos debatida é a condição da avaliação como um dos princípios do direito de aprender. É preciso verificar que os estudantes aprenderam o conteúdo, para termos a garantia efetivada do direito ao aprendizado. E por isso é tão necessário que a divulgação dos resultados das provas seja célere, assim, os dados podem ser usados com eficiência, dando condições para que os gestores e professores corrijam rumos ou fortaleçam os bons caminhos.
Como a Educação é um direito fundamental, ela é regida pelos princípios da universalização (todos), da equidade (cada um) e da verificação, para que todos e cada um dos estudantes aprendam.
segunda-feira, 25 de março de 2013
''Entre os muros da escola''
Fonte:http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=YD7CFS0mLaY O filme, nada moralista, mostra o dia-a-dia de uma escola francesa contemporânea, descrevendo problemas educacionais que vão além dessa realidade como importante painel de desafios aos educadores de hoje, pois trata da relação entre alunos e professor e tem por objetivo mostrar o fazer docente, seguindo de perto o cotidiano de um homem apaixonado por seu trabalho e que, mesmo com tantas dificuldades, conserva um afeto enorme por seus aprendizes, onde culturas diferentes se confrontam e o professor insiste em manter um ambiente de respeito e aplicação em sala de aula, mesmo vendo sua ética ser posta em teste, devido ao comportamento difícil dos estudantes que põem em risco o entusiasmo do mal remunerado professor. Diante dessa situação, um dos seus métodos para desafiar os alunos é ensinar um idioma diferente, em comparação ao falado diariamente. Apesar de retratar o microcosmo de um problema da escola francesa a denúncia feita em "Entre os Muros da Escola" pode ser transplantada para a realidade brasileira com os problemas estruturais do nosso sistema de ensino, principalmente no que diz respeito à qualidade e à natureza do ensino oferecido aos filhos das classes menos favorecidas. Os limites da escola pública brasileira sejam no sentido de ferramenta de superação de desigualdades sociais, ou na de formação da cidadania, devem ser percebidos em relação a outras esferas sociais que, por conta de sua imensa complexidade e desigualdade, produzem conflito.
Perceber a dimensão conflituosa e
contraditória da escola, na forma como é representada pelo filme, é de
fundamental importância para se repensar o papel dessa instituição.
Afinal, a tarefa de construção de uma escola democrática e, acima de
tudo, socialmente relevante, demanda uma análise que deve se alicerçar
em uma postura histórica e crítica da realidade em que se está inserido.
Educar é uma tarefa árdua, principalmente educar a quem não recebe
educação em casa, porém quem educa sempre aprende. Os professores
aprendem que paciência é a palavra-chave para contornar todos os
problemas pelos quais perpassam a educação moderna, incrivelmente
pós-moderna, centrada nos direitos dos alunos, buscando assim concertar
erros do passado, como a indisciplina, as práticas punitivas, posturas
docentes mais humanas, uma melhor comunicação entre professor e aluno,
conteúdos adequados a realidade, histórico familiar e principalmente o
respeito às diferenças os quais privavam os discentes de voz dentro da
sala de aula.
Estes tópicos ficam bem claros no filme, onde equipe
diretiva e professores não se preocupam com essas questões, mostrando
uma educação como era no passado, onde muitas vezes o próprio professor
se torna juiz dentro de sua sala de aula, apesar de tentar por sua
garra, dedicação e entusiasmo mudar algo em seus alunos, acaba
esbarrando no que muitos teóricos falam, em algumas dificuldades em
nosso fazer pedagógico nos reportamos a nossa infância, alicerce para
nossas duvidas, então agimos como nossos antepassados. Neste ponto
acabamos deixando cair nossas máscaras de educadores que tentamos passar
no nosso cotidiano escolar e mudar uma sociedade doente e que precisa
de humanidade e justiça.
Esse ponto fica bem claro no filme quando o
professor acaba usando de ironia em situações que não está preparado
para enfrentar. De uns anos pra cá, as novas teorias pedagógicas apontam
que o ensino deve ser mais humano, ou seja, que o professor deve
procurar compreender e estimular os seus alunos, facilitando o processo
da aprendizagem, além de respeitar e lidar com as diferenças
intelectuais, étnicas, culturais e socais de cada aluno. A voz do
professor precisava diminuir para que a dos alunos começasse a ser
escutada. Foi uma conquista e tanto dos estudantes, pois se antes temiam
os castigos físicos e psicológicos que professores empregavam, agora já
podem denunciar abusos de quais quer tipo, praticados pelos seus
mestres, mas muitas vezes os professores não estão preparados para isso,
como mostra um dos professores entrar na sala e desabafar aos gritos os
problemas enfrentados na turma, por ser iniciante na profissão de
educador com certeza teve realmente dificuldade de se adaptar ao novo.
Apesar de Marim se apresentar como um professor dedicado que esbarra na
resistência à cultura escolar por parte de seus alunos, bem como nos
conflitos presentes em uma turma, em sua maioria, por alunos oriundos de
famílias imigrantes, esses conflitos e resistências aparecem,
continuamente, na sala de aula, envolvendo o professor, seus alunos e
entre os próprios alunos, como racismo, sexualidade, disputa entre
identidades nacionais e preconceito de classe, porém também não consegue
lidar com certas situações dentro de sua sala de aula, gerando alguns
conflitos como o que aconteceu em sua sala de aula, a violência com a
briga quando ele usou de palavras não muito adequadas a postura de um
educador ao referir-se a uma aluna. Atualmente os professores estão
enfrentando uma crise de identidade, pois o papel do professor, dentro
da modernidade, sempre foi o de vanguarda em termos de cultura e
civilidade. Este foi o encargo que a burguesia deu ao professor. Seu
papel era trazer o camponês para a vida urbana. Era ensinar os
rudimentos de uma sociedade capitalista, nacionalista e burguesa ação
esta que não poderia ser realizada somente no lar, mas, ultimamente os
professores reclamam que os alunos não são civilizados o suficiente para
estar na escola. Esse filme "Entre os muros da Escola" é um retrato
claro desta confusão de mente que se tem instalado na cabeça da grande
maioria dos professores, pois eles precisam perceber que as diferenças
existem para que nossos desafios como educadores possam ser levados mais
à sério por toda a sociedade. Pode-se pensar como você reagiríamos
diante de alunos, com diversos problemas pessoais e familiares
completamente desinteressados em aprender, diante de manifestações
claras de indisciplina e agressividade, déficits de atenção,
hiperatividade e que a melhor solução seria ensinar esses alunos a
pensar por si próprios, dando subsídios de humanidade e valorização do
eu. De acordo com o que muitos pensam a visão da educação nos países de
primeiro mundo é a mais idealizada possível, onde se possui acesso
gratuito e ensino de qualidade, professores bem remunerados e preparados
para lecionar e alunos felizes e interessados em aprender, mas ao
assistir a produção "Entre os Muros da Escola", temos a plena
consciência que os problemas educacionais podem ir muito além das
queixas de dificuldade de acesso ao ensino, falta de opções ou
qualificações e nos mostra uma emocionante aula de reflexão sobre as
práticas pedagógicas e as diferentes maneiras de se lidar com os
problemas do nosso dia a dia como educadores. Como educadora, percebo
que a escola nunca foi um romance. Sei o que posso fazer, e até onde
posso ir e de minhas limitações. Nunca romantizei a relação aluno e
professor.
"Entre os muros da escola" retrata a escola nua, quase
visceral, onde o professor Marin claramente tem problemas em lidar com
os adolescentes que encara todos os dias. Talvez, esta seja a maior
mágica do filme, mostrando um professor que tem dificuldades, não se
mostra competente no que faz e está longe de ser brilhante, articulado,
ou mesmo, esperto, mas seus alunos são o retrato da juventude, com todas
as características desta fase, as roupas, celulares, o sexo, a revolta,
o preconceito e ao mesmo tempo por não possuírem identidade são
identificáveis em toda parte, é um filme sobre a realidade de uma escola
qualquer, de um professor qualquer, e de um aluno qualquer. Não existem
heróis. Não existem bandidos. O que existem são apenas conflitos, suas
ideologias, e, porque não, sua beleza, que confirmam as desigualdades
sociais e de como o ensino formal deve lidar com os diferentes grupos
sociais, que valores a escola deve definir como fundamentais na formação
do sujeito, quais são os limites dessa educação escolar, dados os
outros elementos constitutivos desse mesmo sujeito e que precisam da
escola para crescer tanto intelectualmente quanto como seres humanos. Na
cena final do filme, quando o professor Marin, no último dia de aula,
pergunta aos seus alunos o que aprenderam durante o ano. A resposta de
uma das alunas chama atenção. Quando perguntada se gostava dos livros
que lia no colégio respondeu que achava todos inúteis, que preferia
escolher por conta própria. Então o professor pergunta: e qual livro que
você leu e gostou? "A República, de Platão", responde a aluna. A
resposta não poderia ser mais surpreendente. Sinal que nem tudo está
perdido. Com essa afirmação, podemos perceber que como educadores
devemos dar espaço e oportunidade para nossos alunos para que possam
construir sua própria identidade.
Autor: Marilene Schwinn |
sexta-feira, 22 de março de 2013
Indicamos para nossos leitores esse blog muito interessante, o blog é dedicado a divulgação do projeto História e Cinema, com várias dicas de filmes e curta metragem legais e educativos.
Acessem e Curtam!
Link: http://cinehistoriaeduc.blogspot.com.br/2010/10/desigualdade-social-debatida-no.html
Acessem e Curtam!
Link: http://cinehistoriaeduc.blogspot.com.br/2010/10/desigualdade-social-debatida-no.html
quinta-feira, 21 de março de 2013
Assinar:
Postagens (Atom)